quarta-feira, 5 de agosto de 2009






Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor




serei atento




Antes, e com tal zelo,




e sempre, e tanto




Que mesmo em face




do maior encanto




Dele se encante mais




meu pensamento.




Quero vivê-lo em cada




vão momento




E em seu louvor hei de




espalhar meu canto




E rir meu riso e derramar




meu pranto




Ao seu pesar ou seu




contentamento




E assim, quando mais tarde




me procureQuem sabe a morte,




angústia de quem vive




Quem sabe a solidão,




fim de quem ama




Eu possa me dizer do amor (que tive):




Que não seja imortal, posto




que é chama




Mas que seja infinito




enquanto dure.




Vinicius de Moraes